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Comunicado da REPAM exige o fim da grave situação na Amazônia

Podcast Outro Papo de Igreja, do Serviço Teológico Pastoral

Por Luis Miguel Modino


A Rede Eclesial Pan-Amazônica acaba de divulgar um comunicado neste domingo, 25 de agosto, na qual, em consonância com outros pronunciamentos de diferentes organizações e instituições eclesiais nos últimos dias, se destaca a gravidade da situação que a Amazônia atravessa, uma preocupação presente na REPAM desde o seu nascimento, como afirma em sua carta de fundação, onde diz que “é um território cada vez mais devastado e ameaçado”, o que se confirma mais uma vez com os atuais incêndios.

A REPAM nasceu com o “compromisso de responder eficaz e organicamente aos clamores do tempo presente” e, a partir dessa perspectiva, como uma rede que visa articular o trabalho eclesial na Pan-Amazônia, o comunicado reúne a voz levantada pela Igreja em favor do Pão da Amazônia.

Mais uma vez, a REPAM, seguindo as palavras do Instrumentum Laboris do Sínodo para a Amazônia, relata situações diferentes que “estão levando a Amazônia a um ponto sem retorno”. Portanto, no documento, assinado pelo Presidente, Vice-Presidente e Secretário Executivo da entidade, Cardeais Cláudio Hummes e Pedro Barreto, e Mauricio López, respectivamente, afirma-se que “agradecemos profundamente a proximidade com a situação crítica em toda a Amazônia, especialmente no Brasil e na Bolívia nos últimos dias, com incêndios de enorme magnitude”.

Ao mesmo tempo, o comunicado agradece a comunhão com “todo o processo em direção ao Sínodo para a Amazônia”, e seguindo o Magistério do Papa Francisco, a REPAM une-se a todos os pronunciamentos que “exortam a toda a humanidade a tomar consciência das sérias ameaças desta situação e a esforçar-se por cuidar da casa comum, levantando as suas vozes e encontrando caminhos concretos para uma ação pacífica mas firme, exigindo que ponha fim a esta situação”.

Não esqueçamos as palavras que o Papa Francisco dirigiu aos bispos em seu encontro por ocasião da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, e que constam da carta fundacional da REPAM, “a Igreja não está na Amazônia como quem está de mala pronta para sair depois de explora-la. Desde o princípio está presente nela com missionários, congregações religiosas, sacerdotes, leigos e bispos, e sua presença é decisiva para o futuro da região”. São palavras que também podem ser ditas da REPAM, que como instituição eclesial quer ser essa presença determinante. Portanto, ela não quer ficar em silêncio diante das situações graves que a Pan-Amazônia passa.

Segue a nota da REPAM na íntegra:

COMUNICADO DA REPAM SOBRE A GRAVE SITUAÇÃO NA AMAZÔNIA

São Paulo, Lima e Quito, 25 de agosto de 2019

Nos últimos dias, os incêndios na Amazônia têm tomado dimensões de extrema gravidade. Têm provocado reações em vários países que, por meio de seus governos, expressaram sua preocupação e exigiram uma reação dos governos locais.

A Igreja também levantou sua voz pela Amazônia por meio de seus diferentes organismos. São várias notas publicadas nos últimos dias por diferentes conferências episcopais e pelo próprio Conselho Episcopal Latino-americano/CELAM, que integra todos os bispos da região, bem como a Vida Religiosa, por meio da Confederação Latino-Americana de Religiosos/CLAR, Cáritas América Latina, Adveniat, CIDSE, Civilta Católica, Notícias do Vaticano, Movimento Católico Mundial pelo Clima e etc.

A Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM está ciente de que “atualmente, a mudança climática e o aumento da intervenção humana (desmatamento, incêndios e alteração no uso do solo) estão levando a Amazônia rumo a um ponto de não retorno” (IL 16). Por isso, agradecemos  profundamente a proximidade com a situação crítica em toda a Amazônia, especialmente no Brasil e na Bolívia nos últimos dias, com incêndios de enorme magnitude, e com todo o processo em direção ao Sínodo para a Amazônia, e nos unimos aos diferentes pronunciamentos que, em consonância com o Magistério do Papa Francisco, exortam toda a humanidade a tomar consciência das sérias ameaças desta situação e a esforçar-se por cuidar da casa comum, levantando as suas vozes e encontrando caminhos concretos para uma ação pacífica, mas firme, exigindo que ponha fim a esta situação.

“Maria, a mãe que cuidou de Jesus, agora cuida desse mundo ferido com afeição e dor materna. Assim como ele chorou com o coração trespassado pela morte de Jesus, agora ele sente pena do sofrimento dos pobres crucificados e das criaturas deste mundo devastadas pelo poder humano” (Laudato Si, 241).

Na comunhão sinodal,

Claudio Cardenal Hummes, OFM

Presidente

Pedro Cardenal Barreto, SJ

Vice-presidente

Mauricio López

Secretario Executivo

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